O Pampa, também conhecido por Campos Sulinos, é um bioma que, no Brasil, se restringe ao estado do Rio Grande do Sul, compreendendo 63% do território gaúcho e, com seus 176.496 Km², 2,07% do território nacional. O bioma se estende também aos países vizinhos, Argentina e Uruguai.
Muitas palavras regionais são de origem indígenas, e Pampa não poderia ser diferente, pois sempre foi o chão do índio, em cuja língua significa "região plana", coberta de vegetação rasteira. Por causa de suas pastagens naturais típicas, sempre foi favorável à pecuária extensiva. Aproximadamente 6.2 milhões de brasileiros habitam esse bioma.
As paisagens naturais do Pampa se caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares, matas de encostas, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, aflorantes rochedos etc.
Entretanto, nas últimas décadas, tem-se verificado que todas as características desse bioma tendem também a sofrer modificações, sobretudo pela entrada de monoculturas, pastagens exóticas, substituindo as pastagens naturais favoráveis à pecuária.
Estima-se que, hoje, restem somente 36% da vegeta da região.
O Papa é ainda o berço da cultura gaúcha, sua culinária própria, suas idumentárias o chimarrão,sua música de fronteira e todas as demais dimensões culturais que os gauchos levam junto por onde vão. Os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) se espalham por todo Brasil.
Trata-se de região com muitas comunidades tradicionais, remanescentes indígenas, assentamentos de reforma agrária e outras expressões dos movimentos populares. Há ali essa tradição das populações guerreiras e lutadoras por seus direitos e dos sonhos de justiça e igualdade.
Portanto, como todo bioma, o Pampa é natureza e povo, assim como entende o Papa Francisco, segundo o qual "tudo está interligado".
Roberto Malvezzi
Assessor da CF/2017