NOSSA SENHORA APARECIDA PADROEIRA DO BRASIL

A PADROEIRA, OS MILAGRES E AS FAMÍLIAS NOSSA SENHORA APARECIDA, MÃE DA FAMÍLIA BRASILEIRA
   No longínquo ano de 1717 uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição foi encontrada no Rio Paraíba por três pescadores, Domingos Alves Garcia, seu filho João Alves e Felipe Pedroso, cunhados de Domingos e tio de João. Primeiramente, rede de João Alves apareceu o corpo da imagem, e depois, mais abaixo, a sua cabeça.
   Felipe Pedroso, por ser mais velho, levou para casa a imagem, diante da qual ele e a família começaram a rezar. Aos poucos o povo começou a fluir em grande quantidade à pequena casa do pescador, a fim de pedir graças e milagres à Virgem que "apareceu" nas águas do rio. Assim começou a devoção à Padroeira do Brasil.
   Nos dias de hoje, quando entramos na sala dos milagres da majestosa Basílica de Aparecida e vemos todas as manifestações de gratidão dos peregrinos e devotos, nos vêm à mente todos os favores que a Mãe da família brasileira concedeu a seus filhos ao longo de três séculos... Nos momentos de aflições e dificuldades, nas horas tristes e sofridas, Maria sempre ouvia as preces do povo brasileiro.
  Temos a firme de que hoje, mais até do que no passado, a intercessão e o amparo de nossa Padroeira são urgentes e necessários. Peçamos, pois, a Nossa Senhora da Conceição Aparecida que abençoe e proteja a família brasileira para que nela habitam a fé, a esperança e a caridade. e para que ela possa se mirar no exemplo da Sagrada Família de Nazaré.
   Voltemo-nos com devoção e piedade para o altar da Virgem Mãe Aparecida afim de entoar um Hino de súplica e louvor:
   Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida. Salve a Virgem Imaculada, ó Senhora Aparecida!
   Aqui estão os devotos, cheios da fé incendida, de conforto e de esperança, ó Senhora Aparecida.
   Protegei a Santa Igreja, Oh! Mãe terna e estremecida. Protegei a nossa Pátria, ó Senhora Aparecida.
   Oh! Velai por nossos lares, pela infância desvalida, pelo povo brasileiro, ó Senhora Aparecida1
   Divulguemos esta devoção,, tão brasileira, a Nossa Senhora Aparecida. É um meio eficaz retribuirmos o que Ela tem, tão maternalmente, feito por nossa amada Pátria, seu povo, suas famílias.
PADRE LUIZ ALEXANDRE DE SOUZA
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1 Hino de Nossa Senhora Aparecida.
CAPÍTULO 1 - ORIGENS

1. O CONDE, OS PESCADORES E UMA IMAGEM
     Rezem as crônicas da época, que em 1717 Dom Pedro de Almeida Portugal, e Vasconcelos, Conde de Assumar, Governador das Capitanias de São Paulo e Minas Gerais, com grande comitiva, viajou de navio da Corte a Santos. Daí, a cavalo, subiu até São Paulo, onde tomou posse do governo, e seguiu rumo às minas de ouro.
     Em Guaratinguetá, permaneceu de 17 a 30 de outubro. O conde foi recebido com a pompa e a circunstância possíveis, incluindo suculentos banquetes, emm que os habitantes lhe proporcionaram o melhor da culinária local.
     Não podendo faltar os saborosos pescados do Rio Paraíba do Sul, a Câmara Municipal convocou os mais experientes pescadores para lançar as redes, pois era necessário boa quantidade de peixes. Domingos Alves Garcia, seu filho João Alves e Felipe Pedroso, cunhado de Domingos e tio de João, entre outros, puseram a mão no remo.2 Mas por, mais que se esforçassem, os animais aquáticos não queriam aparecer. Apareceu, sim na rede de João Alves, primeiramente o corpo da pequena imagem de Nossa Senhora, e depois, mais abaixo, sua cabeça.
     - Isso será um sinal? Católicos zelosos que eram, guardaram na canoa o preciso acado, e continuaram lançando as redes.
     Surpresos, viram repetir-se o fato de dezoito séculos atrás no mar da Galiléia:3 a canoa se encheu de tanto peixes que qause afundou! Os bons ribeirinhos logo atribuíram essa pesca milagrosa à presença de Nossa Senhora da Conceição, em boa hora aparecida no rio, na altura do Porto de Itaguaçu.
     O que ocorre "tem todas as condições para ser a descrição de um fato real, um milagre. (...) É certo que, para aqueles pescadores, acontecera algo extraordinário, tanto assim que recolheram os dois pedaços da imagem e os guardaram. Sem dúvida, houve um sinal de Deus e os pecadores acreditaram nele."4
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2. Viagem às Minas, 29/05/2009
3. Lc 5,1-11.
4. BRUSTOLINI, 2008, p. 17 (grifos nossos)
2 - O MILAGRE DAS VELAS E OUTROS PRODÍGIOS
     Felipe Pedroso, por ser mais velho, levou para casa a imagem, diante da qual ele e a família começaram a rezar, dando ínicio a uma sequência de fatos extraordinários que se repetiriam até hoje.
     O primeiro milagre atribuído à imagem se deu numa noite serena e silenciosa: enquanto a família e vizinhos "cantavam o terço", duas velas se apagaram sem que ninguém as soprasse, e se acederam sem que pessoa alguma colocasse fogo nelas.
     "A luz daquelas velas, que reacenderam miraculosamente naquela noite, iluminou seus corações e despertou neles grande amor e devoção para com a Nossa Senhora."5
     Era costume, naquela época de robusta fé, as famílias vizinhas se reunirem todos os sábados à noite para rezar o terço e outras orações, e entoar cânticos em louvor da Imaculada Conceição de Maria. Nessas reuniões familiares, além do relato acima, houve várias manifestações extraordinárias: o nicho com a imagem passou a tremer, esta quase caiu e as velas se apagaram; no móvel onde se encontrava a imagem, várias pessoas ouviram estrondos, repetidas vezes.
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5. BRUSTOLONI, 2008, p. 18.
3 - TESOURO PARA O POVO BRASILEIRO
     Além dos três pescadores já citados, há outras pessoas relacionadas com os primeiros fatos originários da devoção à imagem, e são citados em documentos daquele tempo: Silvana da Rocha Alves, esposa de Domingos, mãe de João e irmã de Felipe; Atanásio Pedroso, Filho de Felipe, e Lourenço de Sá. Todos viviam na região do encontro da Imagem, e com suas famílias, foram os primeiros a lhe prestar culto".6
     A imagem peregrinou durante bom tempo pelas casas dos pescadores, até se fixar em Itaguaçu, lugar do seu encontro na residência de Atanásio Pedroso, que lhe construiu-lhe um oratório e um altar de madeira, onde, todos os sábados, grupos de famílias iam rezar o terço. Era a madeira de a devoção mostrar seu amor e gratidão à excelsa Mãe e suplicar-Lhe proteção. Concomitantemente foram aparecendo adornos na imagem, com mantos e coroas, cada vez mais elaborados à medida que aumentavam os devotos.
     "Em Itaguaçu, Atanásio Pedroso recebeu de seu pai a Imagem como legado de família. Percebe, no entanto, anos depois ela não mais lhe pertencia. (...) Ao lhe construir um oratório e um altar, Atanásio mal se dava conta que estava entregando seu tesouro para o povo brasileiro. Daí em diante a Imagem não seria objeto de uma devoção familiar apenas, mas sim do culto de uma Nação. Devoção esta que marcaria profundamente sua religiosidade e contribuiria para conservar a fé e sua fidelidade à Igreja,"7 como veremos mais adiante.
     A imagem representa a Imaculada Conceição, é de terracota, medindo 30 cm., mas nunca se soube ao certo qual sua origem. Sendo uma escultura artesanal, tem nos lábios um discreto sorriso, no queixo uma covinha; flores prende-lhe os cabelos, e um diadema com três pérolas enfeita-lhe a testa. A seus pés a meia lua e cabeça de um anjo, na descrição de Mafalda Böing, p. 19.
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6. BRUSTOLONI, 2008, p. 18.
7. BRUSTOLONI, 1979, p. 31. (grifos nossos) Nas págs. 34 e 35, afirma o autor que a documentação a respeito da imagem aparecida no rio é autêntica e digna de crédito, pois foi produzida por dois sacerdotes idôneos e contemporâneos dos fatos, exatamente par demonstrar sua veracidade, a fim, de obter do bispo as devidas autorizações para o culto.
4 - A CAPELINHA
     Os milagres reforçam enormemente a nova devoção popular, já com invocação de Nossa Senhora da ConceiçãoAparecida.
     As casas ficaram pequenas para muitos devotos, e com apoio do Padre José Alves Vilela, Pároco da Paróquia de Santo Antônio, Guaratinguetá, foi contruída uma capelinha. Era situada no Itaguaçu, à beira da estrada, num importante entroncamento por onde passava constantemente caravanas de viajantes. Isso favoreceu a divulgação dos prodígios, aumentando rapidamente o número de devotos.
     Mas o fator decisivo mesmo era o lenitivo espiritual. "Formou-se a religiosidade dum povo, que invocando-a sentiu que a chama de sua fé, à semelhança da chma das velas do primitivo oratório sempre se reacendia novamente com as graças e os dons recebidos".8
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8. BRUSTOLONI, 1979, p. 45.
5 - CORRENTES DA ESCRAVIDÃO SE ESTATELAM NO CHÃO!
     Assim como São Pedro na prisão teve as corrente arrebentadas e foi libertado (At 12,3-7), no final do século dezoito "um escravo fugitivo, que estava sendo conduzindo de volta para a fazenda pelo patrão, ao passar diante da Capela, pediu-lhe que permitisse subir até a igreja para fazer oração. Enquanto estava em oração diante da Imagem, as correntes se soltaram de seus pescoço de seus pulsos, caindo por terra. Comovido com o sucedido, o fazendeiro o resgatou, depositando no altar o preço do escravo, e conduziu para casa como um homem livre".9
     A queda das pesadas correntes que prendiam o escravo Zacarias pelo pescoço e pelos pulsos é um eloquente testemunho do poder de intercessão de Maria Santíssima para desatar das prisões do pecado as pessoas arrependidas.
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8. BRUSTOLONI, 2008, p. 19-20. (grifos nossos)
CAPÍTULO 2 - CONSOLIDAÇÃO
1 - DEVOÇÃO MARIANA, IGREJA POVOADO
     Tal como caminhar da gota de azeite na folha de papel, a devoção mariana sob a nova invocação foi ganhando espaço no mapa brasileiro. Isso significava mais romeiros apinhados na tosca e pequena capela.
     E sinalizava por outro lado, que já havia chegado a hora de se conseguir a aprovação episcopal do culto a Nossa Senhora Aparecida, bem como autorização para se construir sua igreja. O zeloso Padre Vilela se pôs a campo, conseguindo as ditas licenças, e novo templo foi levantado no Morro dos Coqueiros, sendo inaugurado em 1745, apenas 28 anos após o encontro milagroso da imagenzinha.
     De casa nova, nossa Santa continuou a acolher as famílias devotas: adultos, jovens, crianças, gente simples, gente importante. Até a Princesa Isabel, O Conde D'Ele, seu marido e os três filhos se associaram às Marias, aos Josés, às Joanas, aos Manuéis, às Aparecidas que começava a surgir, para saudar a augusta Anfitriã, beijando a imagem e rezando o terço a seus pés. Como que procura a Mãe encontra também o Filho e José, era a Sagrada Família de Nazaré acolhendo as famílias brasileiras!
     Mas algumas não se encontraram só com as visitas. Optaram por morar pertinho da Mãe, surgindo assim o povoado "Capela da Aparecida", hoje cidade de Aparecida. O já citado Padre Vilela testemunha que a Virgem favoreceu a todos os moradores com muitas graças e milagres. Em 1748 sacerdotes pregadores destacaram que os frutos das missões nesse povoado foram melhores: "(...) a alegre e jubilosa esperança de salvação que todos encontraram em Cristo pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida".10
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10. BRUSTOLONI, 2008, P.29.
2 - ROMARIAS DE TOADAS AS PARTES
     As romarias que se iniciaram no tosco oratório do Porto de Itaguaçu continuara, a partir de 1745, na igreja do Morro dos Coqueiros, que a voz do povo batizou de santuário, bem antes de esse título ser conferido pelas autoridade competente. Rio de Janeiro, Minas Gerais, Parana, Mato Grosso e Bahia eram as origens mais frequentes das peregrinações. Montados em cavalos ou mulas "pais e filhos, parentes e amigos, vinham unidas no mesmo propósito de honrar e venerar a querida Imagem".11
     Personalidades estrangeiras de destaque, como o cientista alemão Karl von Martius, o botânico francês Augusto de Saint Hilaire e o jornalista português Emílio Zaluar, deixaram depoimentos escritos, atestando a existência das romarias e o consequente poder de atração da imagem. Em 1861, Zaluar "notou a fé e a alegria contagiante da multidão dos peregrinos. E deu razão, escrevendo: 'A Imagem de Nossa Senhora Aparecida, que refulge no altar-mor, parece sorrir a todos os infelizes que a invocam, e quem jamais negou consolo e esperança."12
     Em 1884, a 4 de janeiro, o jornal "Correio Paulistana" estampou matéria sobre as romarias oriundas de todo o Império, ressaltando o articulista as saudades que ele sentia do tempo de menino, participando daquelas pias viagens junto com sua família: "Antigamente as Romarias à Capela de Aparecida tinha de muito de pitoresco; os pagens, os camaradas, as mucamas, e o armazém ambulante às costas dos cargueiros". E observa que com as mudanças nos hábitos causadas pela estrada de ferro, "acabou-se o encanto daquelas pias viagens".13
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11. BRUSTOLONI, 1979, p. 107.
12. BRUSTOLONI, 2008, p. 31.
13. BRUSTOLONI, 2008, p. 31. A estrada de ferro entre Rio e São Paulo fui inaugurada em 1887.
Imagem da Estrada de Ferro de Rio e São Paulo
3 - A NOVA DEVOÇÃO, REFÚGIO PARA O POVO
     O sentido espiritual das idas à Capela era muito marcante. Buscava-se curas físicas, é verdade, mas o principal motivo era a devoção, o cumprimento de promessas, exteriorizados com gestos e atitudes: beijar a imagem, aproximar-se de joelhos até o altar, limpar a igreja, percorrer de joelhos a rua que dá acesso à mesma, vijar em silêncio, observar jejum, dar esmolas ou jóias à Capela, ajudar os pobres.
     Costume curioso: pessoas de posses faziam a promessa de dar a Nossa Senhora um de seus escravos, caso alcançasse a graça desejada. Conseguindo o favor, o cativo era libertado e ficava, de muito boa vontade, trabalhos agrícolas ou outros para o Santuário; alguns que tinham dotes musicais abrilhantaram as cerimônias, pois chegava a ser ororganistas "de orelha", ou seja, sem nunca ter estudado música.14
     Em 1897, um douto sacerdote, Padre Valentin von Riedl dá esse importante testemunho: "É comovente verem-se senhores e senhoras assistirem de joelhos até três missas em cumprimento de promessas; mais ainda, quando se arrastam de joelhos até o altar da Virgem, ou varrem a igreja, ajuntando as ricas senhoras para ponta de seus longos vestidos o lixo e levando-o para fora. De fato é uma fé viva e filial, havendo casos de famílias se privarem de tudo para dar a Nossa Senhora, (...) uma devoção generosa, um amor pronto aos sacrifícios."15
     E continua com seu comentário, ressaltando a influência do culto na vida do povo, afirmando que Maria domina de fato, como Senhora, toda a região, e que "esse amor e essa devoção foram a proteção contra a descrença e se tornaram o filão de ouro de sua perseverança na fé católica. Sem está devoção, teria o povo caído mais completa indiferença religiosa.' (...) A razão fundamental, porém, foi a mensagem de esperança e salvação que a Mãe de Deus comunicava a seus filhos abandonados e carentes de assistência religiosa. (...) o povo se refugiou na devoção a Nossa Senhora Aparecida".16
     Historicamente - segundo o Padre Brustoloni - essa falta de assistência religiosa se deveu, pelo menos em grande parte, ao fato de que o Estado, durante quase um século, interferia nos assuntos da Igreja no Brasil, limitando-lhe a liberdade. O governo das dioceses, paróquias e ordens religiosas, bem como a formação de novos sacerdotes ficaram prejudicados, o que dificultou o desabrochar da vida cristã do povo.
     Citemos dois exemplos da própria Capela da Aparecida:
     1) o dinheiro das generosas esmolas dos devotos era administrado por funcionários do governo, pois estes detinham a gerência da capela.
     2) passaram-se 50 anos sem que pregada nenhuma missão.
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14. Cfr. As Promessas.
15. BRUSTOLONI, 1979, p. 112-113.
16. BRUSTOLONI, 1979, p. 105-106. (grifos nossos)
Imagem da foto é do Padre Valentin von Riedl
4 - MISSIONÁRIOS ALEMÃES PÕEM A CASA EM ORDEM...
     Após 1889 foi normalizada essa situação, e pôde-se inciar a renovação na fé e na disciplina, tão almejada pela Igreja. Como os sacerdotes eram - pelos motivos expostos - pouco e insuficientemente empenhados na evangelização, os bispos recorreram às congregações religiosas européias.
     E para a Capela de Aparecida vieram da Alemanha, em 1894, dois padres redentoristas e três irmãos leigos. Com o carisma missionário que lhes é característico, os zelosos filhos de Santo Afonso de Ligório se adaptaram logo às peculiaridades de nosso povo, e começaram a dar vida nova à comunidade aparecidense. Esta correspondeu às expectativas, tributando-lhes toda admiração e apoio.
     Com a chegada dos padres alemães - observa Zilda Ribeiro, p. 55 - tudo mudou no Santuário e na Paróquia de Aparecida. Em 1897 o Padre Valentin von Riedl. escrevi: "Antes de nossa chegada não havia culto organizado, não havia missa diariamente e muito menos se atendiam confissões."      Os metódicos alemães horários para as missas, confissões e atendimentos, e colocaram ordem nas procissões etc. Sobretudo tocaram os corações dos fieis com o pão da palavra autenticamente evangélica mais simples, que até os mais rudes entendiam. seus louvores a Nossa Senhora eram muito apreciados pelo povo.
     Os redentoristas, reforçaram com a chegada de mais colegas, fundaram um seminário e puderam promover missões nas cidades e povoados nas cidades e povoados vizinhos, irradiando assim a renovação espiritual sobre o bom povo de Deus.
      E sobretudo foram consolidados o Santuário como nosso mais importante centro de peregrinação, o que desfechou na solene coração da imagem, em 1904. O título de basílica é dado ao santuário em 1908. Novo templo é contruído, de 1955 a 1980, sendo chamado de Basílica Nova.
CAPÍTULO 3 - APOTEOSE

, pass 1 - INÚTEIS MANIFESTAÇÕES DE ÓDIO

     Como não poderia deixar de ser, o que não gostam de nossa Mãe celeste deixaram as marcas de seu ódio gratuito.
     1 - Um deles foi um homem de Cuiabá, que se dizia ateu, e quis entrar a cavalo na igreja para desafiar Nossa senhora, mas não conseguiu. As patas do animal grudaram-se na pedras. Ele pediu oerdão a Maria e dirigiu-se, contrito, à imagem para rezar. Isso foi em 1866.17
     2 - A quedra da imagem na Basílica Velha, em 1978, por um jovem protestante, comoveu todo o País, e só fez aumentar o amor dos brasileiros à Mãe, que a reentronizaram com manifestações de fé e entusiasmo.
     3 - O Sacrílego pontapé que um pastor "evangélico" desfechou numa imagem de Nossa Senhora Aparecida, em pleno programa televisivo, 1995, abalou a Nação, mas não a devoção do seu povo.
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17. RIBEIRO, 2007, p. 30.
2 - TORRENTES DE MILAGRES: OS EX-VOTOS

     Haja tempo, papel e tinta para relatar os inúmeros milagres e graças pela intercessão da Senhora saída das águas, para brasileiras e brasileiros de todas as classes, raças e idades. Desde a menina de Jaboticabal, cega de nascença, que ao chegar ao diante da Capela da Aparecida, em 1874, passa a enxergar e diz: "Mamãe, que bonita igreja", até a mulher que foi curada de trombose em São Paulo, e, 1984.
     Mas quem quiser ler esse relato, vá até o enorme Salão das Promessas, e consulte o livro sem palavras que existe lá: os milhares de ex-votos, ou seja, objetos que exprimem gratidão pelos milagres acontecidos. Aqui, um par de muletas, inúteis agora ao antigo usuário; lá, a escultura de um braço miraculoso; acolá, peça de carro do acidente fatal que não matou; ao lado, desenho de uma máquina quase assassina.
     Quantos dramas envolvidos famílias inteiras, que nossa Mãe Aparecida solucionou, "estendendo seu olhar sobre nós e nosso lar."18 Saibamos ver os oceanos de misericórdia que estão por detrás desses ex-votos.
     Em maior número são as intervenções de Nossa Senhora, que nem objeto, nem fotografia, nem relato conseguem exprimir: graças operadas por intercessão da Virgem no interior das almas, convidando a se converterem para Cristo e trilharem o caminho da santidade.
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18. DEVOCIONÁRIO, p. 39.
3 - OS PAPAS E APARECIDA

     Com alegria mencionamos que a instituição de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil foi feita pelo Papa Pio XI em 1930. E que o Papa Paulo VI, em 1967, lhe ofertou uma rosa de ouro.
     Além dos milhares de peregrinos que por lá passaram, inúmeras foram as personalidades importantes que que vieram se ajoelhar aos pés de nossa querida Mãe e pedir graças. Entre estas, ao mesmo tempo que rezaram prestigiando o Santuário com suas honrosas presenças os Papas:
     João Paulo II, que veio em junho de 1980, e nos deixou esse precioso testemunho: "Aqui pulsa, há mais de dois séculos, o coração do Brasil. Meta de incessantes peregrinações vindas de todo o país, Aparecida é, como disse alguém, a 'capital espiritual do Brasil".19
     Bento VXI, que, falando à nossa juventude em maio de 2008, enfatizou: "Sede homens e mulheres e responsáveis; fazei da família um foco irradiador de paz e alegria; sede promotores da vida, no início ao natural declínio."20
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19. BÖING, p. 51.
20. www.cancaonova.com/noticias
CONCLUSÃO: CONFIAR E ORAR

     O que está por trás do poder de atração dos santuários marianos? O esplendor das cerimônias? A beleza das imagens?
     Alguns santuários têm origem em aparições de uma senhora esplendorosa, que traz para o povo mensagens, fonte de águas milagrosas ou a própria efígie estampada de tecido. E até cenas grandiosas como dança do sol presenciada por uma multidão.
     Mas, por que Aparecida atrai tanta gente? Pois, como vimos, a imagem é pequena e simples, achada num rio, sem nenhuma mensagem nem nada.
      Você, que achou de estas linhas, ou você, que conhece a Sala das Promessas, em Aparecida, facilmente encontrará a explicação: paralíticos que passam a andar, surdos que recuperam a audição, cegos livres da cegueira, etc. São milhares de depoimentos em forma de ex-votos, carregados de gratidão a nossa Mãe Aparecida!
     Mas, não é para menos, pois Ela aprendeu numa escola divina, a escola de Jesus, que passou a vida fazendo o bem. Ou seja, é mais uma prova do poder divino que através de uma simples e rústica imagem de Maria, realizava prodígios!
     Prova também a predileção por nosso povo, por famílias. E é uma garantia de que Nossa Senhora Aparecida continuará protegendo a todos os habitantes deste imenso Brasil, sejam quais forem os problemas pessoais, familiares ou de outro gênero que tenhamos de enfrentar.
     A palavra confortadora é confiança!
     Oração: Ó Senhora da Conceição Aparecida, que fizestes tantos milagres que comprovam Vossa poderosa intercessão junto ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, obteve para nossas famílias as graças de que tanto necessitam. Defendei-nos da violência, das doenças, do desemprego, e sobretudo do pecado, que nos afasta de Vós. Protegei os filhos de tantos fatores de deformação da juventude. E concedei a todos os membros de nossas famílias a graça de poderem trilhar o caminho de perfeição e de paz ensinando por Vosso divino Filho, que afirmou: "Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em Mim. Haveis de ter aflições no mundo; mas tende confiança, Eu venci o mundo!"21 Amém.
NOVENA DA FAMÍLIA A NOSSA SENHORA APARECIDA
     Ó bondosa Senhora da Conceição Aparecida, digníssima Mãe de Deus, protetora das famílias e consoladora dos aflitos,
     R. -Sede propícia e atendei ao que Vos pedimos.
     Ó Mãe clementíssima, que nunca deixastes de atender aos Vos Imploramos.
     R. - Confiantes, a Vós recorremos, certos de que sereis nossa proteção, consolação e guia.
     Diante das coisas que possam levar-nos a contrariar o Vosso Filho e a Vós.
     R. - iluminai-nos para seguirmos sempre os divinos preceitos.
     Guiados por Vossa santa mão, fazei com que todos da nossa família caminhemos pelas vias da virtude e cheguemos à mansão da felicidade eterna, no dia em Vós nos chamardes,
     R. - Assim seja.
     Salve ó Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa do Espírito Santo, a Quem veremos com a invocação de Aparecida, tão cara à nossa terra, atendei aos pedidos que agora Vos apresentamos (pedir a graça que se deseja obter), com toda a fé e confiança. Certos do Vosso contínuo desvelo sobre nossa tão necessitada Nação e suas famílias, reafirmamos o propósito de inteira fidelidade a Vós.
     R. - Assim seja.
     Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
     R. - Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
     Oremos: Ó Senhor Deus, que constituístes Nossa Senhora Aparecida depositária de ocenos de graças para seus tão necessitados filhos, sede benévolo para conosco, perdoando nossas faltas e concedendo-nos a imerecida e tão preciosa graça da salvação eterna.
     R. Assim seja.

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