quinta-feira, 24 de agosto de 2017

ANO MARIANO

14. MARIA(S) DAS DORES
  Seu nome é "Maria das Dores". Amigos e parentes a chamam carinhosamente de "Dozinha". Ela se casou com aquele que acreditava ser o homem de sua vida. O marido era infiel e dependente da bebida. Depois de alguns anos, deixou-a sozinha, com três crianças para criar. Sem desanimar, ela aprendeu a ser pai e mãe ao mesmo tempo. Os filhos cresceram. Tinha especial afeição por Rodrigo, o filho mais novo, que era carinhoso com ela.
  Numa trágica sexta-feira, Rodrigo chegou em casa tarde. Comeu rapidamente, deu-lhe um beijo e disse que ia sair com os amigos. Seu coração de mãe sentiu um aperto. Dozinha começou a rezar umas ave-marias. Escutou então estampidos de tiros. Logo chegou a vizinha e lhe disse: "Seu filho foi baleado". Dozinha correu, rezando e chorando. Encontrou o ensanguentado. segurou-o nos braços já sem vida.
  A morte de seu filho provocou profunda crise de fé em Dozinha. Primeiro, ela se sentiu anestesiada. Depois, veio a grande sensação de perda, sem volta. Ela começou a aclamar, a brigar com Deus. Sua longa vida cristã, com muitas certezas, parecia ter se dissolvido. Então, lembrou-se da mãe de Jesus. Imaginou a sua dor na hora da cruz, o abandono que viveu. E pensou: "Nossa Senhora me entende". Assim, Dozinha passou a rezar para que Maria lhe desse a força para "sair do túmulo" e viver novamente.
  "A vida de Maria não acabou na sexta-feira da Paixão. A minha também não vai terminar desse jeito". Ao olhar para Maria, Dozinha vê a mulher forte, que não cedeu diante da dor e do sofrimento. Enfrentou-os com a cabeça erguida. Maria se tornou a mãe que lhe dá colo, a amiga entre as amigas. "As coisas ainda não estão resolvidas, mas fiz as pazes com Deus".
  Em Jesus, sentimo-nos solidários com todos os homens e mulheres que padecem. Afirmamos que ela é nossa esperança, o vencedor. Maria testemunha essa vitória de Cristo e nos acompanha como mãe amorosa. Como faz com Dozinha e tantas outras pessoas. Mãe das Dores, rogai por nós!
     Irmão Afonso Murad

sábado, 12 de agosto de 2017

DIA DOS PAIS!

DOMINGO 13 DE AGOSTO DE 2017
"20º DOMINGO DO TEMPO COMUM"
O BLOG CAMINHOS DE JESUS 2 O SEU BLOG CATÓLICO DE TODOS OS TEMPOS, DESEJA UM FELIZ E SANTO DIA DOS PAIS. DIA DE SÃO JOSÉ O PAI O DE JESUS CRISTO.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

ANO MARIANO

13. MARIA PERSEVERA JUNTO À CRUZ DE JESUS
  Maria está junto à cruz de Jesus no dia de sua morte. Ela apareceu no início da missão de Jesus, em Caná (Jo 2,1-11). Agora, volta de novo à cena no final de sua vida pública, sem nenhum sinal extraordinário. Ao contrário, o momento da cruz desafia a fé de qualquer um. Maria faz parte do pequeno grupo que perseverou, que não fingiu no momento da perseguição e da crucifixão de Jesus. É corajosa companheira de Jesus, que permanece no seu amor.
  Junto com Maria há outras mulheres: sua irmã, Maria de Cléofas, e Madalena. Sobrou somente um homem, o "discípulo amado".
  Qualidade importante do seguidor de Jesus é o compromisso de vida que se prolonga no tempo, enfrentando e vencendo as crises. Nas palavras do Mestre: "permaneceu em mim e eu nele" (Jo 6,56; 15,4) ou "permaneceu no meu amor" (Jo 15,9). Jesus deseja estabelecer sintonia profunda, comunhão de mente e de coração com a sua comunidade. Tal é o sentido da imagem da videira e dos ramos (Jo 15,1-6). Trata-se de atitude constantemente renovada: "Quem pretende permanecer nele deve também percorrer o caminho de Jesus andou" (1Jo 2,6). 
  Ora, Maria permaneceu ao lado de Jesus na cruz porque andou na mesmo caminho dele durante toda a vida. No início , como mãe e educadora, ela dava a direção e orientava. Quando Jesus se tornou adulto e partiu para a missão, Maria não ficou em casa curtindo a saudade nem interferiu na sua atenção. Ela partiu da nova família de Jesus, naqueles que escutavam sua Palavra e punham em prática (Lc 2,22). Portanto, a presença junto da cruz é culminância de um vínculo estabelecido durante durante toda a vida.
  Manter-se junto à cruz é gesto silencioso e profundo. Quando a dor é muito grande e a situação não tem explicação, não adianta falar. Basta a presença. Maria, as mulheres e o discípulo amado são os únicos que perseveram nessa situação tão difícil. Permanecem com Jesus e em Jesus, em público. Participem dos riscos e do escândalo de sua morte de cruz.
   Irmão Afonso Murad

terça-feira, 8 de agosto de 2017

ANO MARIANO

12. MARIA E A ALEGRIA DE CANÁ
  No tempo de Jesus, na festa de casamento as famílias se unem e renovam suas esperanças na comunidade da vida. Recordava-se a aliança de Deus com seu povo (Is 62,5; Os 2,21-22).
  O evangelista escolhe as bodas de Caná para narrar o primeiro sinal de Jesus (Jo 2,1-12). Mas Maria chega antes. Jesus e seus discípulos vieram também. De repente, percebe-se que o vinho está terminando, a festa na pode acabar! Maria faz um pedido discreto. Jesus responde: "O que nós temos a ver com isso, mulher? A minha hora ainda não chegou" (Jo 2,4). O título "mulher" não é um desrespeito à sua mãe. Os profetas recorriam à imagem da mulher para representar a comunidade que responde ao convite amoroso de Deus. Jesus chama desse jeito a samaritana (Jo 4,21), anunciadora do Messias para os não judeus (Jo 4,28.41s), e Madalena (Jo 20,15), primeira testemunha da ressurreição (Jo 20,17s). Assim, a mãe de Jesus é figura do povo de Deus fiel.
 Maria volta-se para os serventes: "Façam tudo o que ele disser a vocês" (Jo 2,5). Maria não só realiza a vontade de Deus na sua vida, como também orienta os outros a fazer o que Jesus lhes pede. Torna-se assim a mestra e guia dos cristãos. O documento de Puebla afirma que Maria é "pedagoga da fé". Ela aponta para Jesus, leva-nos a ela, como fez com os que serviam na festa.
  Os cristãos descobrem que nesse texto  outras atitudes dela. Maria está atenta às necessidades humanas. Capta com grande sensibilidade um apelo que vem da realidade. Além disso, intercede junto a Jesus, para o bem de todos. Essa postura, que começa em Caná, continua hoje, pois ela é nossa intercessora, na comunhão dos santos.
 O sinal de Caná abre caminho para a aventura da fé , pois daí "seus discípulos creram nele" (2,11). A festa se conclui com o gesto de união, que reúne Maria, os discípulos, Jesus e seus familiares (2,12).
  Que Maria de Caná desperte nosso coração para fazermos o que Jesus disser; e para saborearmos a alegria do vinho novo, da festa da aliança e da fraternidade.
         Irmão Afonso Murad