terça-feira, 8 de agosto de 2017

ANO MARIANO

12. MARIA E A ALEGRIA DE CANÁ
  No tempo de Jesus, na festa de casamento as famílias se unem e renovam suas esperanças na comunidade da vida. Recordava-se a aliança de Deus com seu povo (Is 62,5; Os 2,21-22).
  O evangelista escolhe as bodas de Caná para narrar o primeiro sinal de Jesus (Jo 2,1-12). Mas Maria chega antes. Jesus e seus discípulos vieram também. De repente, percebe-se que o vinho está terminando, a festa na pode acabar! Maria faz um pedido discreto. Jesus responde: "O que nós temos a ver com isso, mulher? A minha hora ainda não chegou" (Jo 2,4). O título "mulher" não é um desrespeito à sua mãe. Os profetas recorriam à imagem da mulher para representar a comunidade que responde ao convite amoroso de Deus. Jesus chama desse jeito a samaritana (Jo 4,21), anunciadora do Messias para os não judeus (Jo 4,28.41s), e Madalena (Jo 20,15), primeira testemunha da ressurreição (Jo 20,17s). Assim, a mãe de Jesus é figura do povo de Deus fiel.
 Maria volta-se para os serventes: "Façam tudo o que ele disser a vocês" (Jo 2,5). Maria não só realiza a vontade de Deus na sua vida, como também orienta os outros a fazer o que Jesus lhes pede. Torna-se assim a mestra e guia dos cristãos. O documento de Puebla afirma que Maria é "pedagoga da fé". Ela aponta para Jesus, leva-nos a ela, como fez com os que serviam na festa.
  Os cristãos descobrem que nesse texto  outras atitudes dela. Maria está atenta às necessidades humanas. Capta com grande sensibilidade um apelo que vem da realidade. Além disso, intercede junto a Jesus, para o bem de todos. Essa postura, que começa em Caná, continua hoje, pois ela é nossa intercessora, na comunhão dos santos.
 O sinal de Caná abre caminho para a aventura da fé , pois daí "seus discípulos creram nele" (2,11). A festa se conclui com o gesto de união, que reúne Maria, os discípulos, Jesus e seus familiares (2,12).
  Que Maria de Caná desperte nosso coração para fazermos o que Jesus disser; e para saborearmos a alegria do vinho novo, da festa da aliança e da fraternidade.
         Irmão Afonso Murad

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