segunda-feira, 8 de abril de 2019

MEDITANDO A PALAVRA DE DEUS

A Igreja ordena que o Evangelho da mulher adúltera seja lido durante o tempo da Quaresma, próximo da celebração da Semana Sana. De fato, há uma ligação importante entre a história da adúltera e a paixão do Senhor. Podemos dizer que a "casa" desta narrativa é construída sobre quatro colunas. A primeira é que nenhum ser humano, por mais justo que se considere, tem o direito de condenar o outro. Quando Jesus proclama aos escribas e fariseus: "Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra" (Jo 8,7) e todos "foram saindo um por um, a começar pelos mais velhos" (v. 9), percebemos a verdade da afirmação do Salmo: "Não há ninguém que faça o bem, nem um só" (Sl 14,3). Não há ninguém sem pecado; portanto, não há ninguém com direito de julgar. A segunda coluna é que Jesus esta disposto a oferecer a todos os que pedem com sinceridade o perdão que concede a mulher adúltera. As suas palavras: "Eu também não te condeno" (v. 11), dirigidas em primeiro lugar a uma determinada mulher, são palavras, que o Senhor deseja dizer aos escribas e fariseus e igualmente a nós, cristãos do século XXI. O perdão gratuito do Senhor não se limita a uma pobre pessoa desviada. O Senhor é rico em misericórdia, com uma riqueza adequada a todas as nossas necessidades. A terceira coluna é abundância e prontidão do perdão de Jesus não pretendem nega a gravidade do pecado. Com seu triste pecado, a mulher adúltera conseguiu ofender de uma só vez a Deus, ao seu marido, ao homem com o qual teve relações e à comunidade que buscava viver segundo as normas morais da lei divina revelada no Sinai. Ela quebrou a aliança; de fato, quebrou várias alianças. É que por isto que, ao despedir-se da mulher, Jesus acrescenta: "Vai e de agora em diante não peques mais" (v. 11). O pecado é negocio serio. A quarta coluna pode ser colocada com uma pergunta: De onde veio perdão que Jesus concedeu? De sua negação da gravidade do pecado? De seu relativismo moral? Do seu jeito bonachão? Sabemos que nenhuma destas perguntas pode ser verdadeira. O preço do perdão daquela mulher, de todos nós e de todo o pecado do mundo é o sangue de Cristo, derramado no Calvário. É por isso que a história do pecado e do perdão da adúltera é proclamada no fim da Quaresma pouco antes da comemoração litúrgica da morte do Senhor.   

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