TEMPO DA QUARESMA 2018
ESTAMOS NO TEMPO DA QUARESMA, TEMPO DE REFLEXÃO, PRINCIPALMENTE SOBRE TEMA E O LEMA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2018: TEMA: FRATERNIDADE E SUPERAR A VIOLÊNCIA LEMA: VÓS SOIS TODOS IRMÃOS (Mt 23,8). DIGA NÃO A VIOLÊNCIA. TEMPO DE REFLEXÃO SOBRE A VIDA DE JESUS NO DESERTO DO SOFRIMENTO SENDO TENTADO PELO INIMIGO DA SANTA IGREJA CATÓLICA. TEMPO DE PREPARAÇÃO PARA TERMOS UMA E SANTA PÁSCOA ABENÇOADA.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2018
7. JUVENTUDE E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
Muito se fala dos jovens e da juventude no tempo atual. Fala-se deles como protagonistas na construção de sua própria história e também com preocupação, porque são muitos os relatos de morte e de dor diante da realidade cruel que vivemos, de injustiças e violência: foram mais de 318 mil jovens assassinados no Brasil em 2005 e 2015. Apenas em 2015, foram 31.264 homicídios de pessoas com idade entre 15 e 29 anos (Mapa da violência 2017 - Ipea).
Os Jovens são os segmentos social mais vulnerável, e entre eles os pobres e os negros são os mais atingidos. Em cada três jovens assassinados no Brasil, dois são negros. É uma realidade que nos mostra que a violência tem cor, faixa etária e moradia. É muito mais difícil ser um jovem negro, sobretudo nas periferias das grandes cidades.
Os estudos demonstram uma interconexão entre a violência e as desigualdades sociais. O jovem pobre, com pouco acesso à educação de qualidade, ao trabalho e emprego, à cultura, esporte e lazer, à segurança pública, entre outros, está mais exposto a sofrer a praticar ações de violência. Entendemos que essa situação não se explica somente pelo fato econômico, mas também pela falta de respeito aos direitos de cidadãos/ãs. A violência é um dos pontos de vinculação direta com as desigualdades sociais (Relatório sobre o escândalo da desigualdade na América Latina, Christian Aid, 2017).
Então podemos afirmar que a superação da violência passa pela superação das desigualdades sociais. E, neste sentido, o Brasil vem retrocedendo na garantia e de políticas públicas voltadas para atender às necessidades da população, principalmente da juventude. A mudança necessária passa por avançar nas conquistas e resistir para não perder nenhum direito já conquistado. O Estado precisa garantir políticas efetivas em defesa da vida e da superação da violência contra os jovens e todas as pessoas.
Muito se fala dos jovens e da juventude no tempo atual. Fala-se deles como protagonistas na construção de sua própria história e também com preocupação, porque são muitos os relatos de morte e de dor diante da realidade cruel que vivemos, de injustiças e violência: foram mais de 318 mil jovens assassinados no Brasil em 2005 e 2015. Apenas em 2015, foram 31.264 homicídios de pessoas com idade entre 15 e 29 anos (Mapa da violência 2017 - Ipea).
Os Jovens são os segmentos social mais vulnerável, e entre eles os pobres e os negros são os mais atingidos. Em cada três jovens assassinados no Brasil, dois são negros. É uma realidade que nos mostra que a violência tem cor, faixa etária e moradia. É muito mais difícil ser um jovem negro, sobretudo nas periferias das grandes cidades.
Os estudos demonstram uma interconexão entre a violência e as desigualdades sociais. O jovem pobre, com pouco acesso à educação de qualidade, ao trabalho e emprego, à cultura, esporte e lazer, à segurança pública, entre outros, está mais exposto a sofrer a praticar ações de violência. Entendemos que essa situação não se explica somente pelo fato econômico, mas também pela falta de respeito aos direitos de cidadãos/ãs. A violência é um dos pontos de vinculação direta com as desigualdades sociais (Relatório sobre o escândalo da desigualdade na América Latina, Christian Aid, 2017).
Então podemos afirmar que a superação da violência passa pela superação das desigualdades sociais. E, neste sentido, o Brasil vem retrocedendo na garantia e de políticas públicas voltadas para atender às necessidades da população, principalmente da juventude. A mudança necessária passa por avançar nas conquistas e resistir para não perder nenhum direito já conquistado. O Estado precisa garantir políticas efetivas em defesa da vida e da superação da violência contra os jovens e todas as pessoas.
Izalene Tiene
Leiga missionária na Amazônia
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2018
5. CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS E A LUTA POR JUSTIÇA
A elite agrária tratou de construir uma
concepção de mundo vinculada a seus interesses, naturalizando a violência na proteção da propriedade privada e disseminando a ideologia ruralista, que inclui a imposição, nos diversos meios sociais, da compreensão de que a reforma agrária não é necessária no país (cf. Relatório CPT 2016).
Como exemplo dessa criminalização histórica, anida hoje presente, citamos as palavras do mártir padre Ezequiel Ramin (assassinado em 24/07/1985) numa homilia em Caracol, Rondônia, em 17/02/1985: "Amo muito todos vós e amo a justiça, e, para justiça, basta a vontade de uma pessoa, basta a vontade a vontade da Igreja, como comunidade, antes que a revolta faça surgir imprevisível brutalidades no nosso ambiente social. Não aprovamos a violência, mesmo se estarmos a ser vítimas da violência. O padre que vos está a falar recebeu ameças de morte. Caro irmão, se a minha vida ter pertence, também te pertence a minha morte. Em comunhão com CNBB, não aprovamos nenhum tipo de violência. Diante de tanto atraso dos organismos do Estado, aprovamos, como sempre fizemos durante o caminho, que o povo se organize para obter os justos direitos, negados não uma só vez, nem duas vezes, negados sempre (...). A Igreja sabe que se devem respeitar etapas jurídicas, mas ela está, quer estar e estará sempre ao lado dos pobres".
A Campanha da Fraternidade de 2018 nos mostra que a condição para viver uma cultura de não violência no campo é assumir o reconhecimento de que a terra faz parte da obra do Criador. Como nos diz o Salmo 23, a terra pertence a Deus, e por ele ser o Pai comum de todos seres, a terra pertence a todos os seres, pois todos tem o direito de viver. Por isso, a Reforma Agrária, seguida de uma política pública de incentivo ao agricultor familiar, é de fundamental importância para concretizar a justiça social em nossa sociedade. Fundamental também para enfrentar a violência no campo é o comprometimento de toda a sociedade com a demarcação das terras indígenas.
A elite agrária tratou de construir uma
Como exemplo dessa criminalização histórica, anida hoje presente, citamos as palavras do mártir padre Ezequiel Ramin (assassinado em 24/07/1985) numa homilia em Caracol, Rondônia, em 17/02/1985: "Amo muito todos vós e amo a justiça, e, para justiça, basta a vontade de uma pessoa, basta a vontade a vontade da Igreja, como comunidade, antes que a revolta faça surgir imprevisível brutalidades no nosso ambiente social. Não aprovamos a violência, mesmo se estarmos a ser vítimas da violência. O padre que vos está a falar recebeu ameças de morte. Caro irmão, se a minha vida ter pertence, também te pertence a minha morte. Em comunhão com CNBB, não aprovamos nenhum tipo de violência. Diante de tanto atraso dos organismos do Estado, aprovamos, como sempre fizemos durante o caminho, que o povo se organize para obter os justos direitos, negados não uma só vez, nem duas vezes, negados sempre (...). A Igreja sabe que se devem respeitar etapas jurídicas, mas ela está, quer estar e estará sempre ao lado dos pobres".
A Campanha da Fraternidade de 2018 nos mostra que a condição para viver uma cultura de não violência no campo é assumir o reconhecimento de que a terra faz parte da obra do Criador. Como nos diz o Salmo 23, a terra pertence a Deus, e por ele ser o Pai comum de todos seres, a terra pertence a todos os seres, pois todos tem o direito de viver. Por isso, a Reforma Agrária, seguida de uma política pública de incentivo ao agricultor familiar, é de fundamental importância para concretizar a justiça social em nossa sociedade. Fundamental também para enfrentar a violência no campo é o comprometimento de toda a sociedade com a demarcação das terras indígenas.
Izalene Tiene
Leiga missionária na Amazônia
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