segunda-feira, 19 de março de 2018

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2018

11. A PAZ É FRUTO DA JUSTIÇA
   Durante toda a Quaresma, refletimos sobre a violência como grande chaga da sociedade que atinge especialmente os povos indígenas, os negros e negras, as mulheres traficadas e violentadas, os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade espoliados de suas terras e direitos.
   Na Conferência de Medellín (1968), o Episcopado Latino-Americano e Caribenho já denunciava esta realidade: "A América Latina encontra-se, em muitas partes, numa situação de injustiça que pode chamar-se de violência institucionalizada" (Paz, n. 16). Os bispos descobrem que "esta situação exige transformações globais, audazes, urgentes e profundamente renovadoras" e que a justiça é condição imprescindível para paz. Eles afirmam que a Igreja é chamada a responder aos anseios de libertação de todos os pobres que clamam por justiça e paz, e advertem que "não se há de abusar da paciência de um povo que suporta durante anos uma condição que dificilmente aceitaria quem tem uma maior consciência dos direitos humanos" (Paz n. 16).
  Na comunidade de Medellín, a Conferência de Aparecida (2007) mostra que "um processo processo promotor de iniquidades e injustiças múltiplas" (Ap 61) e consta que "é uma dolorosa contradição que o continente com o maior número de católicos seja também o de maior iniquidade social" (Ap 527).
  O Papa Francisco, no 2º encontro Mundial dos Movimentos Populares (2015), reconheceu a necessidade de mudança deste atual modelo de sociedade, baseado numa matriz global de expropriação, acumulação e mercantilização da vida, o qual o homem ou Estado resolver por si mesmo. A CF-2018 indica que a superação da violência só se efetivará com uma mudança estrutural que respeite a vida das pessoas e da natureza, nossa Casa Comum. 
  Neste tempo quaresmal, que violências conseguimos superar? Que foi o compromisso de nossa comunidade eclesial? Em que movimentos populares colaboramos para a superação dessas violências?
Izalene Tiene
Leiga missionária na Amazônia 

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