O costume de cantar o salmo durante a liturgia da Palavra, na missa, remonta aos primeiros séculos da história do cristianismo. Essa prática, herdada do culto da sinagoga judaica, foi incorporada à liturgia cristã muito cedo. Ao longo dos séculos, o salmo da missa por diversas etapas, a ponte de, no final do primeiro milênio, reduzir a um outro versículo executando por um solista, nos degraus do ambão. Daí veio o antigo nome "gradual" dando a esse salmo.
A reforma pós-conciliar valorizou, de reforma expressiva, o salmo responsorial, ligando-se sempre ao sentido teológico da primeira leitura. O salmo ocupa um espaço significativo com resposta por dois motivos: porque é cantado de forma dialogal entre salmista e assembleia e porque é escolhido para responder à palavra de Deus proclamada, prolongando, assim, seu sentido teológico-litúrgico e espiritual. Esse prolongamento vai-se dando enquanto o(a) salmista entoa as estrofes e a assembleia repete o refrão. Poderíamos dizer que este salmo nos ressoa nos ouvidos e no coração da assembleia com um suave eco da primeira leitura. É sua resposta em forma de oração.
"É parte integrante da liturgia da Palavra" (IGMR 61). Tem valor de leitura bíblica. Porém essa "leitura" possui um caráter diverso das demais proclamadas na liturgia, uma vez que sua estrutura literária é essencialmente lírica e poética.
Via regra, o salmo responsorial - ao menos nos domingos e festas - deve ser cantado. Não Podemos nos contentar com uma simples recitação. Uma melodia elaborada, com fraseado e cadências bem preparadas, traz às palavras do salmo um sabor todo especial. O canto favorece a compreensão do sentido espiritual do salmo e contribui para a interiorização.
Frei Joaquim Fonseca, ofm
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