terça-feira, 5 de junho de 2018

CANTAR A LITURGIA

7. FUNÇÃO MINISTERIAL DO CANTO: SENHOR TENDE PIEDADE DE NÓS
   "Depois do ato penitencial, incia-se sempre o Senhor, tende piedade, não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial" (IGMR 52a). O "Senhor, tende piedade de nós" ou Kyrie eleison pertence ao bloco de cantos da celebração eucarística que costumamos chamar de "ordinário da missa". É uma aclamação e invocação da misericórdia do Senhor, o Kyrios. 
   Apesar da dificuldade de precisar de precisar a original do "Senhor, tende piedade" e quando se deu a sua inclusão no rito da missa, testemunhos antigos nos revelam que os kyrie eleison estavam relacionados com a resposta da oração dos fiéis, na Liturgia da Palavra da missa e na Liturgia das Horas. A cada invocação o povo respondia com o Kyrie eleison. Mais tarde, este canto foi incluído nos ritos iniciais da missa, após o ato penitencial ou como uma variante desde (cf. 3ª opção do missal).
   O Kyrie é, portanto, uma aclamação suplicante a Cristo Senhor, e não uma forma de invocação trinitária, como foi equivocadamente interpretada por muito tempo. Aliás, Kyrios foi o nome mais comum dado a Cristo ressuscitado pelos primeiros cristãos. 
    Quando à execução, por ser tratar de uma ladainha , o acompanhamento instrumental deverá ser sóbrio  e discreto para não ofuscar a voz de quem canta as invocações. Quando a assembleia intervir, os instrumentos tocar com um pouco mais de vigor. "Via de regra, cada aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo, porém, um número maior de repetições por causa da índole das diversas línguas, da música ou das circunstâncias" (IGMR 52b).
   Por fim, o "Senhor tende piedade" é um canto, por sua natureza, deve ser entoado por toda a assembleia, assim como o hino "Glória a Deus nas alturas". Deste, falaremos oportunamente.
Frei Joaquim Fonseca, ofm 

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