Na pastoral litúrgico-musical, muito tem falado de "repertório". Trata-se de um conjunto de um conjunto de canto que cada comunidade elege - segunda critérios teológicos - para uso nas celebrações ao longo da ano litúrgico.
Repertório pressupõe repetição. Bom exemplo disso é o repertório que, a cada ano, é executado nas festas e folguedos populares: aqui se repetem determinados cantos que expressam a essência do "evento" celebrado. Normalmente não há mistura de cantos. É essa "reserva simbólica" que caracteriza e garante o real sentido das festas permitirá à comunidade vivenciar o mistério pascal de Jesus, graças à ação renovadora do Espírito Santo.
Repertório tem que ver com rito. O rito, por natureza, põe ordem, classifica, estabelece prioridades, e organiza, dá sentido à ação e, consequentemente, é estável. A ação primordial do rito do cristão é evocar tornar presente, recordar e, sobretudo, alimentar a fé em Jesus Cristo. A música, enquanto rito, deve naturalmente possuir essas profundidades.
Um repertório bíblico-litúrgico que permanece vivo na memória dos fieis, além de facilitar a participação assembleia, também resgata a dimensão de "memorial" - essencial para a liturgia. A ação renovadora do Espírito Santo proporcionará à assembleia a novidade na repetição. A pedagogia intrínseca ao ato de repetir, a cada ano, um repertório básico de cantos levará os fiéis a uma vivência espiritual, cada vez mais intensa, do mistério celebrado.
Frei Joaquim Fonseca, ofm
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