A Amazônia brasileira é habitada por mais de 180 povos indígenas e uma centena de povos "isolados". Os dados do Conselho Indígena Missionário (Cimi) sobre a violência contra esse povos trazem informações assustadoras.
Os relatórios anuais divulgados pelo Cimi revelam como vem se reproduzindo e se agravando a violência praticada contra os povos indígenas, associada à lógica perversa do desenvolvimento predador, que trata a natureza como simples mercadoria. Diferente é prática dos povos indígenas, que tratam a natureza como geradora de vida.
Uma campanha permanente difunde o pensamento colonialista de que os povos indígenas não produzem, têm muita terra, são obstáculos ao progresso, seus projetos de vida não tem futuro... Essa campanha vai mimando a opinião pública para alterar os direitos territoriais e culturais conquistados com muitas lutas na Constituição de 1988. São direitos que asseguram a própria existência dos povos indígenas.
Mata-se ou deixa-se morrer. Criminalizam-se lideranças, invadem-se terras. Explora-se madeira, minérios, peixe, caça. Constroem-se megaempreendimentos. Omite-se a atença à saúde e a educação. Estimula-se a violência contra esses povos, a qual é tolerada e até promovida pelos próprios agentes que devem garantir seus direitos.
Os povos indígenas resistem e demonstram que não cederão a essa ofensiva - carregada de ódio, discriminação, racismo e incitação à violência - que é promovida pelos donos ou representantes do poder público e econômico.
Diante de tanta violência, qual será nosso agir? Cabe aqui nossa disposição de denunciar e divulgar essa realidade. Ampliar a participação na rede solidária aos povos indígenas, para que a impunidade e a violência não se sebreponham aos direitos fundamentais e ao compromisso com a justiça e a promoção da paz.
Izalene Tiene
Leiga missionária na Amazônia
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