domingo, 28 de janeiro de 2018

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2018

4. VIOLÊNCIA E CONFLITO NO CAMPO
   No Brasil, o conflito no campo vem aumentando a cada ano, segundo o relatório anual (2016) da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a qual explica que conflitos dessa natureza se relacionam  a ações de resistência e enfrentamento pela posse, uso e propriedade da terra em que ocorrem em diferentes contextos sociais no âmbito rural, abrangendo a luta pela terra, pela água, e por direitos de acesso aos meios de trabalho ou produção e envolvendo posseiros, assentados, quilombolas, indígenas, pequenos arrendatários, pequenos proprietários, ocupantes, sem-terra, seringueiros e camponeses de fundos de pasto. Incluem aí também trabalhistas no caso do trabalho escravo, com a superexploração de trabalhadores/as pela ganâncias do latifúndio e por causa da ausência ou má gestão de políticas públicas.
   Criada há 43 anos para apoiar os trabalhadores vítimas da violência no campo, a CPT mantém o Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno (imagem da direita), que coleta informações e publica um relatório anual, com dados estatísticos e análises sobre a violência. O relatório de 2016 lembra o massacre de Eldorado dos Carajás, em que 21 trabalhadores rurais sem-terra foram mortos pela Polícia Militar do Pará em 1996. Apresenta índices recordes: entre 2015 e 2016, aumentaram todos os tipos de conflito e todas as formas de violência no campo. Os assassinatos tiveram um aumento de 22% e as ameaças de morte cresceram 39%. As agressões tiveram o maior índice de aumento: 206%. Também cresceram 185% as prisões de lideranças e manifestantes, o que caracteriza a criminalização dos movimentos sociais.
   Para obter informações e apoiar os trabalhadores e trabalhadoras do campo, cada comunidade eclesial de base (CEB), cada paróquia, as pastorais sociais podem consultar o site da CPT.        
Izalene Tiene
Leiga missionária na Amazônia

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