"Fraternidade e superar a violência" e o tema da Campanha da Fraternidade de 2018, com o lema: "Vós sois todos irmãos" (Mt 23,8). O apelo da CNBB é para a superação da violência - conquista que implica mudanças de vida de cada um e uma mudanças na vida mais profunda, sobretudo, no jeito de organizar a sociedade, porque são os pobres que estão na base e eles que sustentam o luxo e os desperdícios dos "poderosos", os quais dominam pelo poder econômico. Nessa contradição e inversão da consideração de que "somos todos irmãos" e fundada a causa maior de injustiças e violência.
A violência, como prática humana, cultural e política, torna-se parte dessas contradições. Ela assume várias faces e diferentes formas. Pode partir de uma pessoa, de um grupo e de instituições. Pode ser exercida e vivida sem que seja identificada e ser compreendida como algo normal, o que caracteriza a sua maneira naturalização. Por exemplo, a violência doméstica, que ocorre dentro de casa, na família, como consequência do que vivemos na sociedade, é concebida por muitos como natural, cultural. Não podemos aceitar essa naturalização, porque ela diz respeito ao modo e às condições de vida no cotidiano de uma sociedade em que os homens são mais reconhecidos que as mulheres pelo fato de dominarem o poder econômico e exercerem influência e domínio sobre o político também. Este poder garante a desigualdade e desenvolve um processo de produção e reprodução da violência.
Como superar esta cultura numa sociedade organizada em classes sociais e na qual se convive com as desigualdades? A família, como célula básica da sociedade, pode desempenhar aí um papel fundamental.
De fato, a família é um espaço é um espaço muito importante, mesmo considerando que "atravessa uma crise cultural profunda, como todas as comunidades e vínculos sociais. No caso da família, a fragilidade dos vínculos reveste-se de especial gravidade, porque se trata da célula básica da sociedade, o espaço onde se aprende a conviver na diferença e a pertencer aos outros e onde os pais transmitem a fé aos seus filhos" (EG 66).
Izalene Tiene
Leiga missionária na Amazônia
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